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A harmonia rítmico-Espacial

de Isabelle Sabrié

A floresta amazônica, um extraordinário equilíbrio sonoro nas 3 dimensões do espaço.

“Fiquei maravilhada ao descobrir os sons da floresta amazônica durante minha viagem à Guiana para três recitais em dezembro de 2006. O mistério pelo qual conseguimos distinguir cada som em meio a dezenas ou centenas de outros sons, foi para mim como uma paz mundial, cujos princípios precisavam ser descobertos!”

Após uma longa imersão no universo amazônico e inúmeras observações sobre a sincronização dos sons dos seres vivos nas 3 dimensões do espaço – várias delas têm desde então obtido confirmações científicas internacionais – Isabelle Sabrié concebeu gradualmente a harmonia rítmico-espacial, que tem sido a arquitectura de suas composições musicaiscriações desde 2010.

A harmonia rítmico-espacial é uma linguagem musical que liga o tempo e o espaço, baseada nas regras da proxemia física e temporal natural observada na floresta amazônica. Esta linguagem cria “melodias espaciais” que evoluem em vários pontos do espaço de uma sala, desenvolve movimentos sonoros novos no espaço, sobrepõe estilos. É também visual para as criações de dança, filmes ou instalações sonoras. Na ópera, a harmonia rítmico-espacial participa diretamente da ação teatral, trazendo uma expressão muito moderna das emoções dramáticas.

Distâncias precisas são estabelecidas entre as fontes sonoras, localizadas em toda a sala em torno da audiência. Obedecem uma organização espaço-temporal específica, de forma que o equilíbrio sonoro evolui no espaço físico em 3 dimensões. Este conceito musical bioimético segue as regras da Natureza, observadas no equilíbrio multipolar natural da floresta.

A harmonia rítmico-espacial permite a coexistência « harmoniosa » e perceptível de vários sistemas musicais muito diferentes, provenientes de lugares diferentes de uma sala. Pode adicionar os movimentos do som no espaço, ao sistema harmônico clássico ou romântico, sem excluir a melodia ou as emoções, e não exclui nenhum sistema musical, nenhum tipo de som ou de linguagem. É uma solução para evitar os fatores de coesão nas polirritmias, descritos por Olivier Messiaen. E, tal como por exemple nas composições de Johann Sebastian Bach, o discurso musical, aqui polirítmico e espacial, é mais importante do que os timbres.

Constrói ritmos percussivos em 3D, populares e eruditos. Usa os camarotes dos teatros à l´italienne para dispôr pequenos grupos orquestrais ou corais, unindo assim tradição e modernidade. Pode também florescer em salas modernas de vários palcos, em salas de som multicanal e cinemas Dolby.

A harmonia rítmico-espacial é uma expressão de nossas multi-vidas multilíngues, virtual-real simultâneos, internet/smartfone/computador/tv/rádio/jogos virtuais/vida real. É a linguagem artística de um novo equilíbrio, espacial, multi dimensional, para as artes, o pensamento e as tecnologias do século XXI. O Filósofo Edgar Morin, pai do Pensamento Complexo multidisciplinar, é seu padrinho.